Os Velhos da Ferraria e a Derrota Mais Pesada do Sport

No passado Sábado fizemos a deslocação até Ramalde para vermos o clube do nosso coração defrontar a equipa B do Boavista FC e sair de lá derrotado por 5 bolas sem resposta, naquela que foi a derrota mais pesada que o Sport já sofreu (desde que o Sport faz parte da nossa vida).

Pré-Jogo

Desta feita saímos de Rio Tinto com tempo de sobra. Eram 14h05 e já estavamos a caminho do Parque Desportivo de Ramalde (também conhecido pelo “Campo do Inatel”). Chegamos com tempo de sobra para podermos apreciar o belo complexo desportivo que aqui está montado. Só peca pela falta de um Bar e de uma bancada com melhor protecção contra as intempéries. Pouca gente na bancada, fruto do mau tempo (achamos nós) que esteve presente durante toda a partida. 
O Sport alinha com Matos, Simão, Jorge Pereira, Boni, Macieira, Andrézinho, Pedro Rocha, João Novais, Ricardinho, Paulo Monteiro e Bruno Teixeira.

Andrézinho, Jorge, Novais, Simão, Matos, Boni, Bruno, Ricardinho, Pedro, Paulo e Macieira

Andrézinho, Jorge, Novais, Simão, Matos, Boni, Bruno, Ricardinho, Pedro, Paulo e Macieira

Primeira Parte

Logo aos 5 minutos de jogo Boni é brindado com uma bolada em cheio na cara, a bola continua a rolar e o Boavista a ter a primeira oportunidade de perigo do encontro com um remate de belo efeito. Boni manteve-se no chão após o violento encontro imediato com a bola da partida e recuperou passados alguns segundos.

Aos 9′ o avançado russo Svyatoslav Vatel a corresponder da melhor forma a um canto marcado na direita e a colocar a bola no fundo da baliza de Matos com um cabeceamento de belo efeito.

A equipa axadrezada entrou forte na partida, a impor um ritmo bastante alto no jogo com a ajuda do terreno molhado e desde muito cedo a tentar criar perigo.

Nesta altura somos assolados por um pensamento desolador “O que é que vamos fazer Domingo às 15h00 da tarde?“. É que o nosso relógio biológico já está formatado para ir à bola ao Domingo à tarde. Até já fizemos um trato com a Maria lá em casa, “mulher já sabes que ao domingo à tarde há bola, faça chuva ou faça sol!“. Uma pesquisa rápida e ficamos mais sossegados porque vemos que vai haver um CA Rio Tinto vs Estrelas FC Fânzeres e portanto já temos que fazer.

Um dos lances de perigo protagonizados por Bruno Teixeira

Um dos lances de perigo protagonizados por Bruno Teixeira

À passagem da meia-hora de jogo Bruno Teixeira surge isolado na cara do guarda-redes boavisteiro após um grande passe de Pedro Rocha mas não consegue facturar. Passados 5′ o camisola 8 dos axadrezados deu uma fruta tão grande no João Novais que até perdeu a caneleira e nem deu por ela. Ao minuto 38 Bruno a ter nova oportunidade com um cruzamento de Simão, mas o cabeceamento a não encontrar as redes da baliza adversária. Mais 2 minutos volvidos e mais uma oportunidade para Bruno Teixeira que rematou ao lado.

O momento do 2-0

O momento do 2-0

Como quem não marca arrisca-se a sofrer, ao minuto 43 o Camisa 4 do Boavista marcou na sequência de mais um canto (desta feita do lado esquerdo). Antes do apito para o intervalo Bruno Teixeira teve mais um cabeceamento perigoso e avançado boavisteiro Douglas ainda enviou uma bola ao poste do Sport.

O Boavista sai para o intervalo com uma vantagem de 2 golos, algo injusta na nossa óptica, mas desde quando é que a bola é justa? O Sport não aproveitou as oportunidades de golo que teve caso contrário poderia ter ido para o descanso com um resultado bem mais descansado.

Intervalo, Ambiente e Bar

Ora, chegou a hora de irmos explorar este belo complexo, esticar as pernocas, comer uma sandes, beber uma.. ah, esperem, este complexo não tem bar. Então ficamos aqui, à beira dos indefectíveis do Sport.

O Velho do Restelo (O Original)

O Velho do Restelo (O Original)

Pois é, estivemos os 15 minutos a levar com os “Velhos da Ferraria“. Vocês sabem de quem falamos, aqueles para quem nunca está nada bem, os nossos Velhos do Restelo cujo discurso é sempre o mesmo. Se a bola é metida por cima é porque a bola é para se meter por baixo, se a bola vai por baixo é porque a bola devia ter ido por cima. Se o Bruno remata é porque o Bruno devia ter passado e se o Simão cruza “Oh Simão leva mais a bola rapaz!“. Chamam Careca ao Carlos Sousa e Ricardinho ao Diogo. Para os nossos Velhos da Ferraria o Sport atacava 110 minutos por jogo, mesmo quando é canto da outra equipa a equipa do Sport subia toda para o meio campo adversário. O Matos é frangueiro, o Novais nem na 1ª Distrital tinha lugar e o Macieira é um arruaça. Os foras-de-jogo do Sport são SEMPRE mal marcados e os ataques do adversário são SEMPRE em fora-de-jogo.

Para estes senhores a nossa equipa nunca joga nada. Festejam os golos e as vitórias como os outros, mas nas derrotas e nos passes errados e em tudo o resto são mais cáusticos que sabemos lá o quê.

O Apanha-Bolas Solitário

O Apanha-Bolas Solitário

Segunda Parte

Enquanto tentamos fazer ouvidos moucos aos Velhos da Ferraria o jogo reinicia e o Boavista adianta-se ainda mais no marcador, um cruzamento rasteiro na direita do ataque local e surge alguém vestido ao xadrez no centro da área que só teve de encostar a bola para o fundo da baliza. Se até tinhamos ido para o intervalo com alguma crença que um resultado positivo era ainda possivel, afinal tinhamos tido mais oportunidades, estavamos era a ter algum azar, agora já pouca ou nenhuma confiança tinhamos num resultado positivo.

Careca com um belo cruzamento

Careca com um belo cruzamento

Aos 52′ Douglas aparece isolado na cara de Matos que defende para fora e ainda antes da hora de jogo Macieira recebe cartão vermelho (imaginamos nós que por palavras) e é expulso da partida. Poucos minutos volvidos e Matos novamente a negar o golo ao Boavista. Pedro Ferreira promove então as primeiras substituições da partida trocando Rocha por Careca e Paulo por Diogo. Aos 68′ Careca tem um grande passe para Bruno Teixeira que obriga o guardião boavisteiro a uma grande defesa.
Nesta altura os Velhos da Ferraria começam a abandonar o Parque Desportivo de Ramalde e nós pousamos o bloco de notas. A nossa ventosa, molhada e sombria tarde desportiva já estava feita. Aos 83′ o Camisola 18 faz o quarto golo e aos 92′ o Camisa 17 fecha o marcador com um remate em arco de belo efeito.

Vamos para casa cabisbaixos e com a maior derrota a que alguma vez assistimos. Rezam as crónicas que a maior derrota de que há memória do Sport foi na época de 2006/2007 ante o Candal.

Galeria

Destaques e Táctica de Bancada

A equipa do Boavista entrou em campo com um ritmo muito alto, beneficiando do terreno rápido e jogando a favor do vento. Aquela que é, na nossa opinião, a equipa que melhor joga à bola nesta série demonstrou que tem jogadores bastante interessantes (Douglas e Vatel foram das melhores peças do xadrez da Boavista) e apesar da vitória ser justa o resultado é tremendamente penalizador para o Sport.

Matos esteve em bom plano (eu sei “ah então um guarda-redes que mama 5 golos e vais dizer que esteve em bom plano?“, Vou, vou dizer que esteve bem e safou várias bolas que levavam o selo de golo; Bruno foi, por ventura, o jogador com mais azar durante os 90 minutos, com várias oportunidades de golo mas a nunca conseguir encontrar o fundo da baliza adversária, ainda assim com uma boa prestação; Pedro Rocha encheu-nos (mais uma vez) as medidas, mesmo que seja o jogador mais baixo deste plantel; Jorge Pereira esteve muito bem no eixo da defesa (Sim, mesmo apesar dos 5 golos que sofremos); Andrézinho a manter-se forte no miolo do terreno e Ricardinho com vários pormenores de qualidade. Nota negativa para a expulsão de Macieira com um vermelho directo que o deixará de fora dos relvados por 2 jogos.

 

Próxima Partida

Na próxima partida o Sport recebe o Varzim B que ocupa a 12ª posição da tabela. Nos 7 jogos realizados ante o Varzim B contamos com 3 vitórias e 1 empate. Não sabemos se o Varzim irá trazer a bola desaparecida.

Esta crónica/sátira é exclusivamente da autoria do Sérgio que não percebe nada de bola, vê mal ao longe, escreve como aprendeu na escola (sem AO) e não aceita (nem faz) crónicas/sátiras por encomenda.

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