O comboio Regional que pára na Maia e o Touro Enraivecido
Este Domingo fomos até à Maia para assistirmos a mais um encontro da nossa equipa. Nem tudo correu de feição e regressámos a Rio Tinto com uma derrota (3-1).
Saímos de Rio Tinto já tarde, como aliás é costume quando vamos acompanhados, mas conseguimos chegar ao Estádio Prof. Dr. Vieira de Carvalho ainda a tempo do apito inicial. Enquanto estivemos à espera de quem chega fora-de-horas deu tempo para olharmos para o XI inicial e ver que Pedro Ferreira escolheu “os mesmos” à excepção de Maga que fica no banco por troca com Ricardinho.

Paulo, Boni, Bruno, Ricardinho, Rocha, Novais, André, Jorge, Simão, Matos e Macieira
Mesmo com o GPS (não perguntem porque é que precisamos de GPS para irmos para a Maia) conseguimos não ir directos ao Estádio mas ficamos a conhecer zonas que não conhecíamos na cidade da Maia. Fica a nota mental para ir directos ao Estádio na próxima vez.
Notamos que o Estádio Prof. Dr. Vieira de Carvalho ainda continua em obras na sua zona envolvente e notamos também que o Bar dedicado aos adeptos visitantes continua ao abandono.
Primeira Parte
O jogo começa com algum atraso mas logo ao primeiro minuto de jogo Paulo Monteiro, no seguimento de um livre marcado no lado direito, falha o alvo por muito pouco. Passado apenas um minuto, a equipa maiata tem um lance muito perigoso anulado já na grande área do Sport. Aos 7′ Ricardinho tem uma recepção de bola de grande classe. Foi tão doce que até anotamos para falar dela.
Durante o primeiro quarto-de-hora, o Sport teve mais bola e mais domínio de jogo, com bons pormenores mas sem nunca conseguir materializar os lances em golos. A equipa da Maia aventurava-se no ataque a espaços, nunca deixando o Sport “sossegar” defensivamente.
O jogador mais avançado do clube Maiato é Cafú, avançado experiente que já jogou na primeira liga (há muitos anos atrás) e que neste momento nos pareceu ser uma espécie de treinador-jogador no clube da casa. Sempre muito activo a comandar e a tentar falar com os seus companheiros de equipa.

Paulo a conduzir mais um ataque. Conseguem contar os apanha-bolas?
O Estádio Prof. Dr. Vieira de Carvalho faz parte de todo um complexo desportivo e como tal o relvado tem pista de atletismo à volta… já sabem do que nos vamos queixar não já? Pois é, voltamos a ter um estádio com pista de atletismo e zero apanha-bolas. Cada bola perdida para além do terreno de jogo é uma paragem de largos segundos. No entanto, a equipa local teve a sensatez de deixar 3 ou 4 bolas perto de cada baliza, para que pelo menos os pontapés de baliza fossem mais céleres.
Aos 20′ de jogo o FC Maia tem um lance perigoso na área do Sport mas a bola é aliviada para canto; passados 6 minutos o camisa 8 (Sérgio Ferreira) remata do meio da rua e obriga Matos a uma bonita defesa para canto. No seguimento do canto o camisa 4 (Vasco Nogueira) coloca a bola no fundo das redes de Matos. Estava inaugurado o marcador.
A equipa da casa aproveita a paragem no jogo para se refrescar… lembram-se das paragens que os árbitros fazem quando está muito calor para os jogadores se poderem hidratar? Foi uma coisa do género, festejaram o golo e fizeram uma pausa não programada para beber água do cantil perante a nossa incredulidade.

Ricardinho prepara-se para cruzar
Por volta da meia-hora de jogo João Novais desmarca Ricardinho na esquerda que consegue ir ir até à linha final e cruzar a bola para Bruno Teixeira que por muito pouco não iguala a partida para o Sport. Aos 35′ o camisa 10 (Ricardo Costa) aumenta a vantagem para a equipa da casa num livre directo.

Momento do 2-0
Nesta altura alguém do FC Maia Lidador vai atrás das duas balizas e recolhe as bolas que lá estavam e leva tudo para o banco maiato. A partir daqui cada vez que uma bola era jogada para fora do terreno de jogo a reposição da bola em campo era feita com mais lentidão que a VCI em hora de ponta.

Via de Cintura Interna em hora de ponta
Aos 41 minutos o clube local vê um golo ser-lhe anulado e passados poucos minutos um jogador maiato faz falta dentro da grande área (bola na mão). Passaram-se 2 minutos de protestos até que Boni pudesse marcar o penalti e reduzir a vantagem para apenas 1 golo. Estava relançado o jogo, o Sport reduzia num dos últimos lances da primeira-parte e apesar de ir lutar contra mais do que apenas 11 jogadores, estávamos confiantes que era possível assistirmos a mais uma reviravolta no marcador.
Intervalo, Ambiente e Bar
Chega o apito de intervalo e lá vamos nós tentar arranjar de comer (houve quem trouxesse marmita de casa) e de beber. Ora como o Estádio não tem Bar que sirva os visitantes lá vamos nós conhecer o centro da Maia. Felizmente existem uns 4 cafés quase à porta do Estádio e lá conseguimos beber pelo menos alguma coisa. Enquanto saboreamos a nossa cerveja, analisamos a planta do complexo desportivo maiato e questionamos o que será preciso fazer para ser chamado de Professor e Doutor ao mesmo tempo. Continuamos a abominar pessoas que gostam de ser chamadas de Senhor Doutor e Senhor Engenheiro e outros que tais quando damos de caras com o Tone Camelo que veio ver a bola num belo domingo solarengo, mas como ainda vai a caminho do bar e o intervalo está quase a terminar decidimos voltar para o interior do recinto. Ainda temos tempo de visitar os wc’s (umas arrecadações) e constatar o estado de total abandono do que, em tempos, foi um bar para os visitantes.
Segunda Parte
Recomeça a partida e ao minuto 53 Ricardinho recebe cartão amarelo e uma ovação por parte dos adeptos locais. Festejaram quase tanto como nos golos e não conseguimos entender bem o por quê. Neste mesmo minuto Pedro Ferreira promove as primeiras alterações na equipa e faz entrar Careca e Diogo para os lugares de Simão e Pedro Rocha.

Remate de Bruno Teixeira
Dois minutos volvidos e Ricardinho assiste Bruno Teixeira que tem um remate de belo efeito mas acabou anulado pelo guardião maiato. Entretanto vão-se perdendo bolas pelo complexo da Maia, ora na bancada, ora na pista de atletismo. Aos 62′ O FC Maia Lidador vê novamente um golo a ser-lhe anulado e aos 68′ Cafú surge isolado na cara de Matos mas acaba por adiantar demasiado a bola com a pressão feita por Jorge Pereira e Matos limpa a jogada.
Aos 73′ Bruno Teixeira envia a bola à trave na sequência de um canto e passados dois minutos Maga e Carlos Sousa entram em campo por troca com João Novais e Ricardinho.
As paragens de jogo intensificam-se tanto por habilidade dos locais como por (in)capacidade do Sr. Juiz (assistimos umas 6 ou 7 bolas ao ar só na 2ª parte). Cada lance de perigo do Sport em que a bola saisse do terreno de jogo implicava uma paragem de largos e largos segundos, quebrando qualquer ritmo de jogo e intensidade que a equipa tentasse ter. Já viajaram de Campanhã até Coimbra-A no Comboio Regional? Aquele que pára em 27 apeadeiros, 5 estações e 13 vezes para dar passagem aos alfas? Nós já e fizemos menos paragens nessa viagem do que as que vimos neste jogo.

Regional da CP na Pampilhosa, a caminho de Coimbra (A)
Aos 85′ Cafú novamente isolado consegue enviar a bola ao lado na baliza de Matos e na jogada seguinte Bruno Teixeira tem mais uma oportunidade com um remate muito perigoso, mas havia de ser o clube local a sentenciar a partida aos 88′. Na sequência de um livre na esquerda a bola é metida na linha, cruzamento rasteiro para a área e o camisa 11 (João Almeida) sem oposição introduz a bola dentro da baliza de Matos.
O jogo termina pouco depois e tivemos ainda tempo para assistir a alguém do FC Maia Lidador a tentar chegar a alguém do Sport (achamos nós) por entre berros de “agarrem-me que eu vou-me a ele“. Vem-nos à ideia o Raging Bull do Scorsese e fazemos uma nota mental porque é um bom filme para vermos com a Maria. Se ainda não viram, vejam, vale a pena. O senhor estava mesmo enraivecido e teve de ser afastado por vários membros do clube local e ainda por Macieira que foi lá tentar acalmar o senhor e no fim ainda foi brindado com vários insultos vindos da bancada local.

Raging Bull do Scorcese
Galeria
Destaques e Táctica de Bancada
A equipa do Sport entrou bem na partida mas deixou-se afectar pelos golos Maiatos e acima de tudo pela estratégia da equipa adversária e não soube aproveitar as oportunidades de que dispôs. Fugindo um pouco do que tem sido habitual o Sport abusou do jogo longo e directo mostrando incapacidade para dominar as operações.
Ricardinho e Jorge Pereira foram os nossos elementos em maior destaque. Na equipa adversária, o número 8 Sérgio Ferreira e o número 10 Ricardo Costa encheram-nos as medidas. Nota negativa para a falta de apanha-bolas e para o anti-jogo. É de esperar algum anti-jogo quando uma equipa se encontra a ganhar, mas quando é demais é mesmo demais. Esperamos que o tal senhor se tenha conseguido acalmar, não lhe vá dar alguma coisa no coração.
Próxima Partida
Na próxima partida o Sport recebe em casa o Lavrense, equipa 5 pontos acima da linha de água no 12º lugar. O Lavrense está na sua segunda época de Elite e nunca levou de vencida o Sport em 3 encontros. Na primeira volta, levamos de vencida a equipa matosinhense por 2-1.
Esta crónica/sátira é exclusivamente da autoria do Sérgio que não percebe nada de bola, vê mal ao longe, escreve como aprendeu na escola (sem AO) e não aceita (nem faz) crónicas/sátiras por encomenda.
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